terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA COM IDOSOS


Imagine você terminar a vida sem expectativa, olhando para o nada, sem perspectiva de futuro, apenas esperando pela morte. Triste não é? Pois é assim que muitos idosos levam sua vida. A indiferença dos familiares e sociedade levam esses idosos a perderem a alegria de viver, aquela alegria que tinham na juventude, onde tanto se sonhou, agora se foi! Sem estímulos e sem vontade de persistir, vão levando a vida.

A intervenção psicopedagógica visa a inserção do idoso à sociedade, despertando seu desejo pelo saber. Não apenas um saber acadêmico ou escolarizado, mas aprender e saber ainda mais com a vida. Nas intervenções são utilizados recursos para estimular o raciocínio, a mente, a vontade de aprender e exercitar a fala, a leitura, a escrita e voltar a ser o autor da própria história, melhorando sua autoestima.

O Alzheimer é uma doença genética que passa de pai para filhos, mas que pode não se desenvolver quando alguns cuidados são tomados, como estilo de vida e hábitos alimentares, além do exercício da mente. É aqui que a Psicopedagogia pode atuar, pois uma das formas de prevenir o Alzheimer é através de jogos e exercícios que estimulem seu sistema cognitivo.

Nas sessões são propostos desafios intelectuais, onde o idoso terá a oportunidade de reciclar seus conhecimentos, compartilhar seus aprendizados e aprender coisas novas.

Nós temos capacidade de aprender em qualquer época da vida, mas essa capacidade precisa ser estimulada. Quando não exercitamos nossa mente temos um comprometimento do nossos sistema cognitivo e com isso perdemos o prazer de viver.

Sem sonhos, sem expectativa com o futuro, não se vive!

Cecília Meireles escreveu um poema que fala sobre a indiferença que muitas pessoas têm em relação ao idoso. É justamente nesta indiferença que a psicopedagogia atua, buscando minimizá-la!


Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença
Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.
Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.
Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.
De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.
Já não se morre de velhice
nem de acidente, nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença

(Cecília Meireles, in Poemas 1957)



Cris Saraguci
Psicopedagoga e Coach

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